quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Boletim bioclimatológico fevereiro

O estudo que relaciona a elevação da temperatura ao aumento dos casos de dengue no Rio de Janeiro teve grande repercussão na imprensa brasileira. Desenvolvido pela pesquisadora do setor de Epidemiologia da UFRJ, Adriana Fagundes Gomes, e tema de sua dissertação de mestrado em Epidemiologia em Saúde Pública na ENSP, o trabalho foi divulgado em diversos meios de comunicação, sendo pauta dos principais jornais das emissoras de TV, rádio e internet do país. No estudo, Adriana aponta que o aumento de um grau na temperatura mínima em um mês ocasiona elevação de 45% no número de casos de dengue no mês seguinte, enquanto o aumento da precipitação em 10 milímetros resulta na elevação de 6% no número de casos da doença no mesmo período.

O conhecimento do comportamento atual e futuro da atmosfera tornou-se, nos últimos anos, objeto de estudo de grande relevância, visto que estão intrinsecamente ligadas a qualidade de vida da população, a economia, do planejamento, e até mesmo das questões relacionadas a saúde pública. Considerando que a cidade de Natal/RN localiza-se em uma região de influência climática, caracterizada principalmente pela sua variabilidade de certas variáveis meteorológicas, a exemplo o campo da precipitação, temperatura, umidade, vento e radiação solar no canal ultra-violeta. O monitoramento dessas variáveis e suas consequências, bem como o seu prognóstico, é de vital importância. Nesse sentido, a pesquisa objetiva analisar as probabilidades mensais das variáveis meteorológicas: precipitação, temperatura do ar e umidade relativa e, como consequência, a erosividade e condições de conforto térmico e proliferação do mosquito aedes- aegypti na cidade do Natal-RN, com base nas informações coletadas no período de 1984 a 2012. Como metodologia utiliza-se a análise de precipitação, umidade e temperatura do ar a partir da distribuição de Gama, e da distribuição Gaussiana, enquanto que na avaliação da erosividade o método utilizado será o de Bertoni e Lombardi Neto. No diagnóstico e prognóstico da proliferação do aedes aegypti fazemos uso da proposta de Silva e Silva (2005). Quanto à questão relacionada ao conforto ambiental, vamos fazer uso de índices de stress térmico (STEADMAN). Os resultados anteriores mostraram que é necessário a aplicação em novas problemáticas ambientais, a exemplo da questão da saúde, notadamente o círculo de reprodução e vivência do aedes aegypti na cidade de Natal/RN.

O grupo de pesquisa estudos geoambientais do departamento de geografia da UFRN publica mensalmente o boletim bioclimático com o diagnóstico das condições das condições climáticas no município de Natal para o mês anterior e a probabilidade de eventos climáticos e conforto térmico para o mês subsequente, com o intuito de entender como correlacionam as variáveis climatológicas com a saúde da população da região metropolitana de Natal.

Fonte: Adalfran Herbert de Melo Silveira - Bolsista IC

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