quarta-feira, 4 de novembro de 2015

ABMRN participa de ato em manifesto contra a violência à operadores de segurança pública e cobra audiência com o Governador

“Segurança para quem faz segurança pública”. Era o que pediam  as associações e sindicatos representativos de corporações e forças policiais em um protesto realizado na tarde de ontem (03), em frente ao Midway Mall. A morte do Policial Militar, Marcos Antônio da Silva, motivou que profissionais de segurança e familiares de policiais mortos realizassem o protesto, chamando  a atenção sobre o crescimento da violência e contra a exposição dos agentes de segurança pública à criminalidade. Após a dispersão do grupo, cerca de 50 pessoas, representantes seguiram para o Centro Administrativo, para protocolar um pedido de audiência com o governador. 
Adriano AbreuProtesto que contou com policiais e familiares das vítimas, fechou cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado FilhoProtesto que contou com policiais e familiares das vítimas, fechou cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública do Rio Grande do Norte (Sinpol/RN),  Paulo César de Macedo reclamou da falta de investimento do Governo na segurança pública.  O policial ainda destacou crimes cometidos contra policiais apenas na semana passada. “O objetivo do protesto é pedir segurança para quem faz segurança.  O governo não nos ajuda; as instituições estão sucateadas, temos baixo efetivo e isso só contribui para que a marginalidade cresça no RN. Semana passada tivemos um delegado, uma escrivã e um agente assaltados. Isso não pode continuar assim”, disse. 

Para o presidente do Sinpol/RN, a solução para diminuição ou eliminação desses crimes é o investimento nas instituições de segurança. “Nós vemos as notícias de aumento de auxílios para juizes, promotores e desembargadores, mas nós que operamos a segurança pública, que estamos na ponta, não temos essas regalias”, reclamou. 

O presidente da associação de Bombeiros Militares do RN, Dalchem Viana, explicou que as categorias de segurança estão pleiteando agenda com o governador para tratar do tema de modo crítico. “Vamos entregar ao governador um pedido de audiência e a expectativa é que nos próximos dias a gente se reúna com o governo para reverter essa situação”, comentou. 

Vestidos de preto, para demonstrar luto pela morte dos policiais, os representantes das entidades  de segurança pública fecharam, por alguns minutos,  o cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho em protesto às mortes de policiais vítimas de atentados. Após fazer uma oração, os manifestantes clamaram por uma atitude mais enérgica por parte do Governo. “Robinson Faria disse que ia ser o governador da segurança pública, mas nada tem sido feito”, disse Dalchem.   

O vice-presidente da Associação dos Cabos e Soldados da Polícia Militar, César Queiroz, pediu sensibilidade das autoridades para a elucidação dos casos. "Quando outras autoridades notórias são vítimas da violência, o governo nomeia um delegado especial e o crime é solucionado rapidamente. Queremos o mesmo”, reclamou.  

Em nota à imprensa, a Secretaria de Estado da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), se posicionou favorável à manifestação e disse respeitar qualquer expressão de organização democrática e popular com o objetivo de reivindicar os direitos da população. A secretaria também  garantiu que as investigações que envolvem a elucidação de assassinatos de policiais no RN ocorrem em ritmo prioritário e que toda a estrutura da Sesed encontra-se disponibilizada para identificar, localizar e prender os acusados por estes crimes.

Família do soldado Marcos pede justiça para o caso 
Os dois homens suspeitos de envolvimento da população morte do soldado Marcos Antônio da Silva, de 49 anos,  presos na manhã do último domingo (1º), no conjunto Nordelândia, na Zona Norte de Natal, foram interrogados e não confessaram o crime para a Polícia Civil. De acordo com o delegado Roberto Andrade,  da Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom), a dupla foi interrogada. 

“Eles apresentaram álibis, dizem que estavam em lugares diferentes do crime.  Estamos investigando para ver se procede”, disse o delegado. Roberto Andrade também afirmou que os suspeitos tiveram a prisão temporária decretada. 

Durante a manifestação de ontem, a filha do soldado Marcos, Gabriela Nascimento, externou a indignação com a morte do pai. “Não tenho palavras para descrever o quanto me dói estar aqui hoje lamentando a morte do meu pai. Estou em um momento de profunda revolta, quero justiça”, disse. 

Revolta
O irmão de Marcos, o agente penitenciário José Antônio da Silva, também pediu justiça. Ele lembrou que ontem, o soldado completaria 23 anos de Polícia Militar. “A revolta é grande, principalmente porque ele sempre foi um homem respeitado, conhecido onde trabalhava e morava por ser um homem honesto. Espero que os responsáveis sejam punidos pelo assassinato de um homem trabalhador e pai de família”, afirmou. 

Na última sexta-feira (30), o policial militar Marcos Antônio da Silva, de 49 anos, foi morto após uma tentativa de assalto no conjunto Nordelândia. Ele chegou a ser encaminhado para o Hospital Walfredo Gurgel, onde passou por cirurgias, mas acabou falecendo no sábado (31).

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